É primavera!


Oficialmente o início da primavera foi hoje às 17h02, instante em que os raios de sol ficaram perpendiculares à linha do Equador. Para nós, habitantes de um país tropical essa passagem significa muito pouco. Aqui em Vitória, capital do Espírito Santo, dizemos haver apenas duas estações: calor e vento sul.


Apesar de não ser percebida por muitos no Brasil, a primavera é celebrada desde sua véspera. O dia 21 de setembro foi escolhido como o Dia da Árvore anteceder a estação das flores.






Nos países em que a transição do inverno para a primavera é mais óbvia, a data de hoje significa o renascer da vida. Após meses oculta pelo frio, a vida e a natureza parecem ganhar forças para se manifestar. As árvores, com poucas ou nenhuma folha, começam a ficar verdinhas e as primeiras flores brotam em seus galhos.


São dois dias em que a natureza celebra sua força e resiliência. É assim que percebemos, pois para os nossos corpos o frio paralisa nossos corpos e nos faz sentir menos vivos. Dos seres vivos, o único que permanece menos morto é a árvore.


Talvez seja esse o motivo que nos faz perceber o verde como a cor da esperança e a árvore como um símbolo importante nas diversas culturas. Usamos a árvore para falar de nossas origens, sejam elas familiares ou linguística. É símbolo e indicador da saúde do nosso planeta e é fonte de metáforas e parábolas de todos os tipos.




A que mais me chamou a atenção foi uma em que afirmava ser a natureza o reflexo do ser humano. Em outras palavras, a natureza é tão degradada quanto a nossa alma, ou se preferirem, a nossa psique.


Creio ser essa afirmação a mais realista e impactante sobre como nos relacionamos com o ambiente ao nosso redor. Não sou dos que acreditam haver necessidade em salvar o planeta ou a natureza. Penso que eles são sábios o suficiente para não necessitarem de salvação. Os problemas que enfrentamos, ao contrário, revelam o quão doente somos e o quão carentes somos de alguma salvação.


É explicável, portanto, o envolvimento de espiritualistas em movimentos ecológicos. Como a ciência, a política e outros discursos portadores de esperança em uma nova humanidade nos dão pouca ou nenhuma solução para o mal em nós refletido na natureza, resta-nos buscar alternativas que nos façam ver-nos e a natureza de uma forma diferente. Pode não ser essa a melhor solução, mas ao menos nos faz refletir sobre quem somos e o que queremos para nós mesmos e as futuras gerações.

As datas comemorativas de ontem e hoje, deveriam servir, portanto, não só para marcarmos mais um dia especial de nossos calendários e sim para refletirmos sobre o estado de nosso ser. Então da próxima vez em que discutir como está a situação do meio ambiente no mundo, lembre-se de que ela é um reflexo de quem somos.



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