Ui-Wando de tristeza

Ontem o Brasil acordou mais triste com a perda de uma de suas maiores referências no mundo da música, Wando. É verdade que considerá-lo um gênio da música seria forçar bastante a barra, mas tampouco é correto ignorar a importância dessa figura no cenário da música brasileira. Sempre que se fala em Wando, pensa-se na lendária cena dos seus shows em que mulheres atiravam calcinhas em direção ao cantor. Apesar de ter começado como uma brincadeira, o momento do "arremesso de calcinhas" se tornou parte integrante do show e símbolo de um artista que se tornou conhecido pelo humor e o jeito com as mulheres.


Dizem que se não quisermos nos decepcionar com um artista, devemos separá-lo de sua obra. No caso de Wando, essa separação é quase impossível e até impensável. Não há como se separar a música da figura carismática e bem humorada do Wando. Em um momento em que a música popular brasileira apresentam um conteúdo e artistas tão sérios e carrancudos, uma personalidade como a do Wando surge como uma brisa fresca no deserto. Ele próprio fazia da sua música e sua imagem uma brincadeira com seu público formado principalmente por mulheres.


A perda maior não foi da música, mas sim da nossa cultura, que perde um dos seus representantes mais queridos. O Brasil não faz luto de uma pessoa mas da forma leve e quase irresponsável como levamos a vida. Utilizando o trocadilho do próprio artista, o Brasil acordou Ui-Wando de tristeza pela perda de alguém que sabia espelhar a alma do povo brasileiro.

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