Encontros e despedidas

Muitos já devem ter ouvido a música Encontros e Despedidas, muito conhecida na voz de Milton Nascimento. Nela o compositor compara a vida de sua cidade a uma estação de trem em que ocorrem muitos encontros e despedidas de pessoas queridas. Eu não sou conterrâneo do autor da música, mas adaptaria essa metáfora à situação dos habitantes da Região Metropolitana da Grande Vitória. No nosso caso, a vida dos cidadãos desta região é o Terminal do Transcol.


Pode parecer irônico, mas é verdade. Os encontros e despedidas daqui acontecem na mesma dinâmica dos terminais de ônibus do nosso sistema de transporte metropolitano. São rápidos, inesperados, acidentais e marcantes. Nada mais animador do que começar o dia com uma paquera a caminho do trabalho, uma troca de olhares e sorrisos fortuitos, despretensiosos, que parecem ser um prelúdio de um bom dia. O contrário muitas vezes acontece e somos abatidos por uma viagem caótica, desconfortável e repleta de contratempos. Neste caso o prelúdio é de outra coisa.


Eu particularmene, prefiro reter na minha memória as viagens mais agradáveis. Como aquelas em que se encontra com o sorriso suave dos olhos e dos lábios de uma bela moça cuja voz é tão doce quanto o seu semblante. Quando tudo isso acontece em uma manhã de sol, parece um brinde do destino para animar o dia. Parece não só com um bom encontro inesperado interrompido por uma despedida abrupta, mas como um primeiro de uma série de outros encontros sem qualquer compromisso com nenhuma forma de despedida.

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