Saco é um saco

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Ultimamente foram aprovadas algumas leis para desincentivar o uso das sacolas plásticas como forma de embalar as compras de supermercados. Não faltam argumentos para essa iniciativa. O tempo de decomposição desse material, o fato de as sacolas plásticas sempre pararem em lugares errados, a mortandade de animais que confundem as sacolas com alguma presa e a poluição visual são alguns dos muitos exemplos que podem ser citados aqui.

O problema é que essa solução tem o potencial de causar outros problemas ambientais igualmente sérios. O primeiro que surge é: como embalar o lixo que produzimos? Muitos têm por hábito usar as sacolas de supermercado para acondicionar os seus resíduos e ficam confusos sobre a coerência em substituir a sua tradicional embalagem, fornecida gratuitamente pelos supermercados, pelos tradicionais sacos de plásticos azuis ou pretos vendidos nos mesmos estabelecimentos comerciais. Há um tempo atrás surgiu a solução de se fazer uma pequena lixeira de papel jornal. Uma solução aparentemente simples e inteligente que peca por não considerar que essa lixeira deve ser colocada na rua até a chegada do caminhão de lixo. Se seguirmos as instruções disponíveis na internet, verificaremos que a sacola não fecha, o que expõe o lixo ali depositado ao ataque de cães, gatos e às condições climáticas.

Além disso, a proibição expõe outra contradição: os sacos para embalar as frutas e verduras continuam à disposição dos consumidores. Assim, o que se conclui é que apenas parte do problema foi resolvido e os sacos plásticos vão continuar a circular por aí e causar os mesmos problemas que os demais.

O que fica evidente nesse caso é que problemas como esse não podem continuar a ser solucionados nos gabinetes de nossos gestores públicos. É preciso lembrar que todos sofrem com as consequências dessas decisões e dos problemas que as provocam. Participar das soluções que afetam a nossa vida não é só um princípio democrático, mas também da gestão ambiental. Não adianta sermos apenas parte do problema, precisamos aprender a colocar nosso ponto de vista no momento da busca por soluções. Do contrário, aumentaremos mais os problemas e não chegaremos a qualquer solução real para essas questões.

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