Um banquinho, um baixolão

Os autores de Corcovado que me perdoem mas não resisti à tentação de fazer esta paródia aparentemente descabida. Cometi esta heresia por um motivo banal: a compra de um baixolão.

Ao compor Tigresa, Caetano Veloso deixou-nos a impressão de que é muito bom tocar um instrumento musical. Depois de um final de semana dedicado à exploração da sonoridade do meu baixolão, tive a certeza de que Caetano falava uma verdade incontestável. É mais verdadeiro quando o instrumento musical toca o músico também.

Foi essa sensação que tive ao tocar as primeiras escalas e acordes no meu novo brinquedo musical. Parecia sentir o som de cada corda ressoar no meu corpo em uma afinação mais do que justa entre os dois. Perdi a noção do tempo e do cansaço, mas valeu à pena.

Não sei quantos tiveram a experiência de tocar um instrumento que parecesse ser uma extensão do próprio corpo. Pode soar um pouco místico ou insano, mas é uma sensação especial que acontece toda vez que encontramos o instrumento musical certo.

Sei que nem todos tem paciência ou se sentem com dotes musicais, mas quem já teve a oportunidade de experimentar a sensação que descrevi sabe porque perdi a noção de tempo e espaço no último fim de semana. De qualquer forma, depois que adquiri meu instrumento, vou ter muitos momentos de banquinho e baixolão.


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