Da cobertura olímpica

Após receber um e-mail com artigo intitulado Olimpíadas e Mensalão - Sistema globo em ação do Blog Os Amigos do Presidente Lula - eleito após se aliar com o sistema criticado -, resolvi mandar as seguintes considerações ao seu remetente:

"Concordo com quase tudo o que foi dito a respeito do sistema Globo de comunicação. A única coisa exagerada é a crítica sobre a falta de cobertura das Olimpíadas pela Globo. Eu não sei se todos se recordam mas desde o encerramento das Olimpíadas de Pequim 2008 a TV Record tem se proclamado como a TV Olímpica exatamente por ser a única com o direito adquirido junto ao Comitê Olímpico Internacional de fazer a cobertura completa das Olimpíadas. As outras, incluindo a Globo, poderiam fazer dentro das mesmas condições que faziam anteriormente, que é o que a Globo tem feito nessa.

Na minha opinião, a Globo não pode ser criticada neste caso. A maior rede de comunicação perdeu a exclusividade por incompetência, mas não é a única que pode dar apoio ao esporte no Brasil. Aliás, a emissora pioneira em cobertura esportiva nunca foi campeã de audiência, a rede Bandeirantes. Foi a primeira a transmitir jogos do NBA no Brasil, é a única TV aberta a ter um dia exclusivamente voltado ao esporte (liguem na Band no domingo para verem do que afirmo) e foi a primeira a transmitir jogos de futebol feminino e incluir cobertura jornalística de outros esportes em sua programação (até o fim da década de 80, o Globo Esporte era sinônimo de cobertura futebolística).

Este tipo de artigo só parece reforçar que para os brasileiros só uma única rede de televisão capaz de transmitir a verdade: a Rede Globo. É a versão secular do fora da igreja não há salvação. Neste caso, fora da Globo não há verdade ou credibilidade e a rede do Dr. Roberto Marinho vira referência positiva e negativa para tudo o que se faz na televisão brasileira.

Quando a Rede Globo falha com este "compromisso" aparece sempre alguém imaginando uma conspiração da família Marinho contra os "verdadeiros interesses" do povo brasileiro. É óbvio que esse grupo tem seus interesses (muitas vezes opostos aos da maioria da população) e jogam para permanecer com seu poder de influência, mas não são onipotentes. Da mesma forma que a família Marinho destronou o poderoso Assis Chateaubriand, outro grupo pode substituir os campeões de audiência. Nessa dança de cadeiras só uma coisa é certa: o padre pode até mudar mas a missa continua sempre a mesma."

Segue abaixo a transcrição do artigo recebido.







Dois movimentos que vão ocupar a mídia nas próximas semanas vão deixar bem claro a falta que faz a democratizaçaõ dos meios de comunicação no Brasil. Um é a TV Globo ignorando solenemente as Olimpíadas, prejudicando o desenvolvimento do esporte e atletas tanto para 2012 quanto para as Olímpiadas acontecerem no Rio de Janeiro, em 2016.

Outro são os muitos veículos do grupo - TV Globo, Globonews, jornal O Globo, CBN, G!, Época, e o blogueiro "limpinho e independente" Ricardo Noblat etc...- martelando, sobre qualquer outro assunto, o julgamento do chamado mensalão no Supremo Tribunal Federal.

Serão retrospectivas, programas especiais, cobertura ao vivo tudo na tentativa revisionista de tratar a crise política de 2005 como o legado dos governos Lula. Não lhes interessam os 30 milhões saídos da pobreza, os 40 milhões que ascenderam para a classe média (opa, esses interessam sim, como consumidores!) os 17 milhões de empregos criados, o fato de Lula não estar sendo julgado, ou ele ter sido reeleito em 2012. Ou o governo Dilma, legado político de Lula, que saiu da presidência com a aprovação de 875 dos brasileiros. Não lhes interessa saber se os brasileiros dão tamanha importância ao julgamento quanto ao PIG e o PSDB, que enxergam nele a grande chance de desgastar o PT às vésperas da eleição de 2012.

Não lhes interessa nem a verdadeira justiça ou o verdadeiro jornalismo, o que está nos autos, que o Supremo julgu o caso de forma imparcial. Esconder a Olimpíada e martelar o julgamento do mensalão são ambas ações coordenadas e que mostram que não há democracia dentro do Sistema Globo. Nas Olimpíadas, se esconde o evento do concorrente. Na outra, se promove a visão política do gurpo, comandada por Ali Kamel e Merval Pereira, e reproduzida em texto, TV e rádio por um pequeno grupo de colunistas que se multiplicam por todos eles: Arnaldo Jabor, Carlos Sardenberg, Miriam Leitão, Cristiana Lobo etc... Uma empresa, um pequeno grupo de chefese colunistas com voz e comando de decisão. Um sistema de comunicação onde a democracia não tem tudo a ver.


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